Nos dias em que fiquei no Paraná assisti muita televisão. Lá todo mundo vê o CQC, sabem até os nomes dos repórteres de cor; assistem "a novela da Rakelly" (Beleza Pura); curtem muito a Flora e a Donatela (A Favorita) e dão muita audiência para Pantanal.
Confesso que assisti durante dias a fio a novela de Benedito Ruy Barbosa. Me lembrei de quando a novela passava. Não assistia em casa porque o sinal da extinta TV Manchete, que era retransmitido pela RIC (Rede Independente de Comunicação) era muito ruim na cidade. Porém, me lembro de algumas passagens.
Agora, assistir no SBT é como ler um resumo longo de um livro para fazer uma prova. Você conhece a obra, vê alguns momentos, mas quando existem as emendas você acaba perdendo alguns trechos. No caso de Pantanal no SBT, é uma colcha de retalhos. Você vê que a edição é muito precária. Os sobe-sons estão sendo cortados abruptamente. Algumas sequencias muito bem dirigidas por Jayme Monjardim são sumariamente amputados, decepados... mas enfim... o patrão mandou editar três capítulos por episódio.
E olha que até as sequencias de nudez estão sendo mutiladas. Mas, como o próprio Jayme disse, vale a pena ver uma novela que marcou época, fez história e é um primor. Me lembro de quando lia nas revistas que os atores tinham que passar horas sendo picados pelos mosquitos para gravar as cenas. Eram várias horas para uma novela quase toda gravada em externa. Esse talvez seja o segredo do sucesso. Um texto simples, sem rebuscar uma palavra, com personagens fortes e um pouco de magia. Se "Os Mutantes" está dando certo na Record com o mundo mágico de Tiago Santiago, Juma Marrua, a mulher-onça é uma das peças principais de Pantanal e o chamariz da audiência.
Uma colcha de retalhos que vale a pena ver de novo.